Biografia
O Contento gosta de rotular sua música de “salsapunk” - algo inteligente e espirituoso com uma estética caseira aparentemente simples. É uma espécie de salsa, mas não necessariamente como a conhecemos. Pode ser salsa tocada por robôs de IA, mas concebida por uma dupla com o brilho lúdico dos grandes produtores-músicos suíços, Yello. “O som vem do que a gente tem à mão para fazer a música …”, diz o grupo.
Contento são dois expatriados colombianos que gostam de fazer as pessoas felizes. Paulo Olarte, residente em Genebra, é membro do Acid Coco, El Dragón Criollo e La Jungla, e também grava em seu próprio nome. Ex-nativo de Medellín e atual residente de Barcelona, Sebastian Hoyos, também conhecido como Sano, é um DJ e produtor que lançou sua própria marca de house latino minimalista para o selo Cómeme em Berlim, devotos ultracorridos do “lado negro do espelho bola". Foi em Berlim, num concerto de Eddie Palmieri, que a dupla se conheceu em 2011 e descobriu uma paixão mútua pela salsa. Eles mantiveram contato, embora tenham se passado cinco anos antes de tirarem um tempo suficiente de seus respectivos projetos para explorar por que e como queriam fazer música juntos.
Entre 2016 e 2019, eles se reuniram em Barcelona e Genebra para expor algumas de suas ideias. Os oito melhores números se tornaram Lo Bueno Está Aquí, seu álbum de estreia. Eles queriamdar ao público "um novo som de salsa, que fará você querer descobrir alguns dos sons mais antigos também". O resultado é algo que você pode descrever como “retro-smart”: ele realmente lembra sons mais antigos como Nuyorican boogaloo dos anos 60 e cumbia da idade de ouro dos Discos Fuentes, mas também é moderno e revigorantemente diferente. Os dois músicos criam uma paleta sonora a partir do que Paulo sugere como “o que temos à mão”: baixo, piano, órgão, guitarra, uma gama de teclados, instrumentos de percussão variados e as baterias eletrônicas vintage que, junto com um uso liberal de distorção , contribuir para o som característico do álbum. É “lo-fi com uma produção super limpa” e com certeza vai te fazer dançar.
“Começa com um riff de piano”, Paulo continua, “ou começamos com um tumbão rítmico e vamos construindo a partir daí.” Tomemos, por exemplo, o single recente, “Dale Melón”, que abre o álbum e estabelece um modelo para muito do que se segue. Começando com a batida, a batida, a batida da bateria eletrônica, o baixo, a guitarra, os teclados e a percussão são todos inseridos na mixagem e complementados por um refrão vocal simples e insistente e o sax alto cru do saxofonista venezuelano que conheceram Estúdio de Barcelona onde a gravação foi finalizada. É uma receita para uma música de dança muito inteligente e espirituosa para impulsionar sua alma funky.
O sax alto ajuda a colorir o delicioso “Paso Palente”, que abre o segundo lado com guitarra e teclados para criar uma sensação em algum lugar entre a costa do Pacífico da Colômbia e a África Central. O refrão vocal levemente demente é repetido ad nauseam e o efeito geral lembra o som desequilibrado do Staff Benda Bilili da República Democrática do Congo. Grande parte do álbum, na verdade, é ligeiramente enviesado e desarmado, como se o espírito de Thelonious Monk presidisse a sua gravação. “Loco Por Tu Amor”, por exemplo, poderia ser levado de uma trilha sonora a um filme de terror latino barato, ao mesmo tempo inquietante e emocionante. Os gloriosos “De Todas Maneras” poderiam ser um corte rude para o suave e furtivo “Cocinado” de Ray Barretto. “Pelo Negro” é uma mistura insistente de cumbia e boogaloo, com vocais irônicos que são positivamente expansivos. “A maneira como você agita essa coisa / Vai me fazer queimar, vai me fazer cantar …” Ouça o close cativante e repetitivo, “Enlulao”, pouco antes de ir para a cama e você ainda estará entoando o refrão a seguir manhã. Todos os oito números duram apenas o tempo suficiente para fazer uma mágica contagiante; nada de fora é bem-vindo.
A Contento não escolheu o nome por acaso. Eles querem fazer as pessoas se sentirem felizes, satisfeitas. Você teria dificuldade em manter os pés parados ou ouvir este álbum seriamente moderno e deliciosamente instável sem um sorriso no rosto do início ao fim.
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