Biografia

Cabe tudo na música do músico, intérprete, compositor e ativista dos movimentos contra o racismo e pelos direitos humanos, o baiano Lazzo Matumbi.

O samba veio primeiro, e desde o início dos anos 70 Lazzo Matumbi costumava frequentar o dia santo de São João no bairro da Federação, mesmo bairro do Terreiro do Gantois de Mãe Menininha, na cidade de Salvador, Bahia, quando o então jovem Lázaro Jerônimo passou a tocar atabaque enquanto a mãe, na batida da faca e do prato, fazendo a festa na vizinhança.

A música tocada nessas ocasiões ainda era o samba de roda do Recôncavo Baiano, na formação típica do samba chula com viola o pandeiro, atabaque, prato e taubinha (pedaços de madeira), e as vozes entoando cantos do dia de um trabalhador dos engenhos de cana de açúcar.

Nesse ambiente, surgiram as primeiras composições e, ao apresentar suas primeiras canções nas rodas de amigos, começou chamar a atenção pelo timbre e a beleza da sua voz. Rapidamente se tornou em uma grande revelação no meio artístico passando a ser conhecido como Lazinho (O Diamante Negro).

Depois de ter o próprio grupo de samba e passar por blocos carnavalescos, foi a vez do Ilê Aiyê – do qual Lazzo foi cantor entre 1978 e 1981 – dar o tom social à sua arte e o impulso para seguir na música profissionalmente.

O convite para integrar a ala de cantores do bloco afro veio de um amigo. Ele falou:

"Lázaro, tem um bloco na Liberdade que só sai negão. E você é uma pessoa que sinto que é muito preocupada com a questão social, racial. Acho que vai gostar, uma forma de você também soltar seu grito de guerra no carnaval.

Foi no Ilê Aiyê que eu percebi que tinha algo diferente quando eu cantava. A reação das pessoas era altamente positiva, no sentido de olhar pra cima, ficarem felizes… Sabe aquela coisa do semblante de felicidade que você começa a receber em troca?”…recorda.

Ainda que o Ilê desempenhasse um papel crucial no resgate da história e afirmação da identidade do povo negro, a questão racial já era uma inquietação de Lazzo, e ele precisava ir além.

Assim, depois de deixar o Ilê Aiyê, em 1980, Lazzo Matumbi inicia carreira solo tendo como sua fonte principal de criação o samba de Xangô da Mangueira e Ederaldo Gentil, incorporando influências de ritmos como maracatu, xote, baiao, a música negra da Bahia e da Africa, além das influências de Ray Charles e Marvin Gaye.

Lazzo encontrou mais um ingrediente para seu caldeirão musical: o reggae. O estilo jamaicano, segundo ele, abria portas para que pudesse usar a música como instrumento de resistência política e social.

"O reggae me deu um upgrade. Bob Marley foi o cara que mostrou, através de sua música pulsante e som encantador, que eu posso falar todas as verdades, as minhas e as suas verdades. É muito interessante você saber que através da música você pode tocar os outros. A música pode ser usada para tudo, mas principalmente para a emancipação das pessoas”.

O reggae jamaicano deu o tom aos primeiros álbuns do artista e o levou para além da Bahia. E foi no início dos anos 90 que depois de ter participado do show de Jimmy Cliff no Rock in Rio, Lazzo seguiu em turnê abrindo os shows do jamaicano por vários países ao redor do mundo, temporada que durou 3 anos.

Durante esta parceira com Jimmy Cliff, Lazzo realiza um encontro inevitável com o berço do reggae passando uma temporada na Jamaica onde dedicou-se a pesquisa do estilo que consagrou mundialmente o seu maior ídolo: Bob Marley. Desta experiência Lazzo produziu um álbum com a participação de músicos jamaicanos.

Com oito discos gravados ao longo de 40 anos de carreira, Lazzo Matumbi tem mostrado toda sua versatilidade em sua produção e em seus sucessos como: "Me abraça e me beija" participação Gilberto Gil, "Alegria da cidade", "Do jeito que seu nego gosta", "Abolição" e muito mais.

Frequentemente é convidado para participar de shows e álbuns de artistas tais como: o concerto "Pérolas Mistas", convidado de Carlinhos Brown com participação de Ellen Oléria e Mariene de Castro; do 29o Prêmio da Musica celebra Luis Melodia - com a paticipação de Isa e Liniker; participação em Noite Inteira, primeiro single de Matriz, quinto álbum de estúdio da cantora Pitty…e muito mais.

Lazzo é a maior referencia na Bahia por ter uma forma peculiar de cantar influenciando artistas das novas gerações, e carinhosamente é chamado pelos seus admiradores de “a voz da Bahia".

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