Lyrics

O que é que pode fazer um homem comum
Neste presente instante
Senão sangrar, tentar inaugurar
A vida comovida inteiramente livre e triunfante?

O que é que eu posso fazer
Com a minha juventude
Quando a máxima saúde, hoje
É pretender usar a voz?

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O que é que eu posso fazer
Um simples cantador das coisas do porão?
Deus fez os cães da rua pra morder vocês
Que sob a luz da lua
Os tratam como gente, é claro, aos pontapés

Era uma vez um homem e o seu tempo
Botas de sangue nas roupas de Lorca
Olho de frente a cara do presente
E sei que vou ouvir a mesma história porca

Não há motivo para festa, ora essa
Eu não sei rir à toa!

Fique você com a mente positiva
Que eu quero é voz ativa, ela é que é uma boa
Pois sou uma pessoa, esta é minha canoa, eu nela embarco
Eu sou pessoa, a palavra pessoa, hoje não soa bem
Pouco me importa

Não, você não me impediu de ser feliz
Nunca jamais bateu a porta em meu nariz
Ninguém é gente, nordeste é uma ficção
Nordeste nunca houve

Não, eu não sou do lugar dos esquecidos
Não sou da nação dos condenados
Não sou do sertão dos ofendidos
Você sabe bem, conheço o meu lugar

Conheço o meu lugar
Conheço o meu lugar
Conheço o meu lugar

Writer(s): Antonio Carlos Belchior

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